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Um guia prático sobre a Indústria 4.0

Você provavelmente já ouviu falar na Indústria 4.0 ou na Quarta Revolução Industrial, mas sabe o que isso significa e quais os impactos na sua vida? Preparamos esse guia para esclarecer todas as suas dúvidas.

O que é a Indústria 4.0?

O conceito de Indústria 4.0 foi apresentado ao público pela primeira vez na Feira de Hannover de 2011. Na ocasião empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa apoiados pelo governo da Alemanha propuseram uma nova visão para a operação das fábricas: um modelo com descentralização do controle dos processos produtivos e colaboração entre dispositivos inteligentes. Tudo isso interconectado ao longo de toda a cadeia de produção e logística, transformando a maneira como máquinas se comunicam e utilizam as informações para otimizar a produção.

Segundo dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a busca por soluções inovadoras para vencer desafios técnicos deve movimentar US$15 trilhões nos próximos 15 anos. Para fomentar esses processos, foi criado em 2014 nos Estados Unidos o Consórcio de Internet Industrial (IIC), com cerca de 250 associados de 30 países.

Desde a invenção da internet, estamos nos acostumando com grandes avanços tecnológicos em curtos períodos, com novidades a todo instante e necessidade constante de atualização e evolução. Com a chegada dos smartphones, cada um de nós carrega no bolso um computador infinitamente mais potente e muito menor que os primeiros computadores pessoais lançados há mais de 35 anos.

Com a globalização, eventos e descobertas que ocorrem em qualquer parte do mundo chegam a todos os lugares em questão de minutos. A acessibilidade de informações e as novas tecnologias impactam nossos hábitos, mudando nossa forma de ser e trabalhar. A indústria, assim como os demais setores econômicos, não está de fora dessa evolução.

A nova Revolução Industrial

A primeira Revolução Industrial ocorreu há mais de 250 anos, com grandes mudanças impactando a forma de se produzir bens: máquinas movidas vapor passaram a substituir os animais na geração de energia para a manufatura. Com a chegada do aço e de máquinas elétricas, a segunda Revolução Industrial atingiu seu auge com a introdução das linhas de produção pensadas por Henry Ford. No final da década de 70, os primeiros processos de automação começaram a aparecer nas fábricas e com a popularização de computadores e da internet, o mundo viu a eletrônica se tornar protagonista da Terceira Revolução Industrial que nos trouxe aos dias de hoje.

Por isso, hoje quando falamos em Indústria 4.0, Manufatura Avançada, Indústria do Futuro ou Fábrica Inteligente, estamos pensando na Quarta Revolução Industrial, que permitirá utilizar um conjunto de novas tecnologias inteligentes para unir os mundos físicos, digitais e biológicos e criar sistemas de produção integrados trazendo mais eficiência e segurança para os mais diferentes setores industriais.

Conceitos e ferramentas essenciais

O grupo de trabalho que propôs o termo Indústria 4.0 em 2011 apresentou seis princípios essenciais desse projeto:

 

  • Operação em Tempo Real, com a coleta e análise instantâneas de dados permitindo tomadas de decisão;
  • Virtualização, com cópias virtuais das fábricas inteligentes, permitindo simulações, rastreamento e monitoramento dos processos produtivos por meio de sensores e chips;
  • Descentralização, com a tomada de decisão podendo partir das próprias máquinas inteligentes que se comunicam entre si;
  • Orientação a Serviços, com a utilização de arquiteturas de software voltadas a soluções;
  • Modularidade, com a possibilidade de produção sob demanda, permitindo flexibilidade por meio da entrada e retirada de módulos de um sistema de produção; e
  • Interoperabilidade, com comunicação constante entre máquinas, dispositivos e sistemas que conversam entre si.

Para que esses conceitos possam ser aplicados e operados, são necessárias novas tecnologias e ferramentas que operam como pilares da Indústria 4.0.

Inteligência Artificial 

Internet das Coisas 

Big Data e Analytics

Computação em Nuvem (Cloud)

Gêmeos Digitais

Impressão 3D

Biologia Sintética e Cobots

Cibersegurança

A transição para essa nova organização exige a criação de novos modelos de negócio que integrem, ao produto, as necessidades e preferências específicas de cada cliente, permitindo a customização prévia por parte dos consumidores graças a fábricas inteligentes. No mesmo sentido, a capacidade de trabalhar de maneira ainda mais apoiada em dados e informações do mercado permitirá acompanhar as mudanças nos hábitos de consumo e nas demandas dos consumidores em indústrias de transformação de matéria prima ou de fabricação de produtos finais.
A utilização de linhas de produção mais elaboradas, com comunicação ativa e possibilidade de gerenciamento em tempo real, trará mais eficiência aos processos ao minimizar a ocorrência de erros, desperdício de insumos e principalmente de tempo, uma vez que tudo poderá ser alterado e ajustado com grande controle dos sistemas que atuam de forma interconectada, organizada e interoperável.
As funções de gestão sofrerão uma grande mudança, já que a tomada de decisões irá partir das próprias máquinas, que aprenderão cada vez mais com a IA. Quando pensamos em manutenção, não haverá tanta necessidade de paradas para preventivas, uma vez que os equipamentos cada vez mais inteligentes serão capazes de prever e solicitar novas peças e manutenções somente quando realmente forem necessárias.

Os impactos da Indústria 4.0 sobre a produtividade, com redução de custos, controle sobre os processos produtivos e customização da produção apontam para uma transformação profunda. Segundo levantamento da ABDI, a estimativa anual de redução de custos industriais no Brasil com a migração para esse novo modelo será de ao menos R$73 bilhões ao ano.

O futuro do Mercado de Trabalho 

A previsão dos especialistas é de que trabalhos manuais e repetitivos sejam substituídos por ferramentas e recursos automatizados: robôs e máquinas. Isso significa que o papel do capital humano dentro das fábricas se tornará mais estratégico e o conhecimento técnico não será mais um diferencial de mercado, mas uma competência exigida. As mudanças geradas pela inovação exigem profissionais mais qualificados e aptos a lidar com a automação, preparados para agir de maneira mais estratégica e menos operacional.

Por outro lado, haverá um grande aumento nas demandas por pesquisa e desenvolvimento, o que irá garantir oportunidades para profissionais tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar para compreender e trabalhar com a variedade de tecnologias que compõem uma fábrica inteligente.

Para as empresas, uma saída será investir na formação de seus profissionais já contratados, investindo em cursos específicos voltados à inovação. Investir na formação de um especialista é vantajoso, pois o profissional já conhece a cultura organizacional da empresa e a tendência é que, para retribuir o investimento, seja leal a ela, diminuindo custos de rotatividade.

Fonte: SIEMENS

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